quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Epidemia do pânico


Não se fala em outra coisa. Nas manchetes dos jornais e da internet, não se lê outra coisa. Gripe A, Nova Gripe, H1N1, Gripe Suína. Me pergunto por diversas vezes se esse alarde é realmente necessário. Me pergunto qual o real objetivo disso tudo: é disseminar o pânico, lotando os serviços de saúde e prejudicando quem realmente precisa de cuidados médicos? Até as parturientes tiveram seu direito ao acompanhante durante o parto violado, em um momento tão especial e delicado. Momento de medo e insegurança para muitas, onde a presença do acompanhante é fundamental para trazer conforto à mulher prestes a dar a luz.


Eu, que tenho um pé na hipocondria, fico muito assustada com tudo isso. Mas, tenho conhecimento e informação suficiente para não me deixar levar pela onda de desespero que vejo por aí. Recentemente ando recebendo por email e em lista de discussões mensagens terroristas, com previsões terríveis. Sinceramente, eu odeio ler esse tipo de coisa. Provavelmente são mensagens inventadas por algum espírito de porco que fica contente em assustar as pessoas. São mensagens que não citam a fonte, falam sobre um amigo de um conhecido que trabalha no Hospital X ou Y... Nesse momento é importante não repassar esse tipo de informações, por mais que o objetivo seja ajudar as pessoas.


E a mídia faz questão de sustentar o pânico. Ontem mesmo, vi na internet uma manchete em letras garrafais: “Brasil é o 3º pais em número de mortes pela nova gripe”. Embaixo, em letras pequenininhas estava escrito: “Porém, é o 2º país com a menor mortalidade pela gripe”. Gente, é isso mesmo???? A notícia ruim é destacada e a boa minimizada???? Porque isso?

Semana passada as meninas tiveram febre. Coisa comum em crianças, principalmente na idade da Beatriz. E sinceramente, tive medo. Fiquei estressada, nervosa, pensando mil coisas. Esperei ver a evolução dos sintomas e procurei não me desesperar e muito menos correr para o hospital (pior lugar para se freqüentar hoje em dia). Clarinha se recuperou da febre em menos de 12 horas. A Beatriz ficou 2 dias com febre alta (mais de 38º C) e 1 dia com febre baixa. E depois passou. Agora me pergunto: quantas pessoas, nessa mesma situação, correriam para o hospital com as meninas debaixo do braço??? Acredito que muitas!!! Com isso, o caos no sistema de saúde (que já é um caos normalmente) se instala. Culpa da epidemia do pânico...


Agora, rindo para não chorar: álcool gel virou mania!!! Clarinha está se sentindo excluída na escola, pois várias crianças têm seu próprio álcool gel (apesar de ter disponível na escola) e ela ainda não tem dela. Claro, não existe para comprar na farmácia!!!! Todo dia ela me pergunta: “mamãe, você comprou meu álcool gel???”. Pode?????


Na verdade, já estou de saco cheio dessa gripe. As maracutaias do congresso, tudo mundo esquece. Mas, quando se trata dessa gripe, parece que está difícil mudar o assunto...

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